
Quarenta anos
Amanhã, completo 40 anos de idade. Especialmente para o homem, poucos aniversários são tão simbólicos. Depois de quatro décadas, definitivamente não dá mais para cantar "somos tão jovens". Além disso, o tempo parece cada vez menor. Às vezes, eu penso que vivi tão pouco e sinto um certo pânico ao perceber que, ao menos pelas estatísticas, já passei da metade dos anos que tenho por aqui. Assusta, como assusta.
Mas, decidi que não vou perder mais cabelos preocupando-me com isso. O pensamento que me deu e continua dando mais energia é bem simples: fazer da próxima década a melhor da minha vida. É uma meta que tracei para mim mesmo há um mês, depois de um período em que me senti meio preso a um espectro sombrio que estava me consumindo de forma desnecessária. Não acredito que a vida começa aos 40, como diz a velha frase, mas passei a acreditar que realmente essa pode ser uma década muito abençoada, especialmente para alguém na minha situação. O que eu e a maioria dos mortais faz dos 20 aos 40 anos de idade? No começo, claro, procura muita diversão. Aos poucos, porém, os objetivos se concentram em conseguir seu espaço no mundo profissional, encontrar alguém com quem dividir o coração, os dias e a noite e, além disso, ter um bom lar e iniciar uma família. Eu tenho tudo isso. Posso dizer então que foram duas décadas excelentes, as quais abrem as portas para um novo ciclo de forma muito positiva e otimista, especialmente porque o corpo ainda está em perfeitas condições. Sendo assim, qual a razão de temer a chegada dos 40 anos? Nenhuma. Muito melhor é fazer planos e colocar em prática um projeto bacana para continuar sendo feliz, aproveitando cada dia e cada noite, tudo na intenção de comemorar o aniversário 50 anos com a certeza de que realmente tive uma década maravilhosa. É isso o que pretendo fazer.
Queria dizer muito mais sobre essa data especial para mim, mas o aniversário me veio em uma semana sem inspiração literária, privando-me de qualquer texto mais elaborado ou interessante. Na ausência de criatividade, de algo mais a oferecer, fica então meu agradecimento a você que me acompanha neste espaço há tanto tempo. Escrevo a coluna "Modo de Ver" desde quanto tinha 19 anos de idade e nem sabia direito o que seria da minha vida. Sei que algumas pessoas me acompanham desde então e este meu agradecimento vai especialmente para elas. Desejo que continuemos juntos por mais algumas décadas, acompanhando este nosso Brasil tão complexo, ao mesmo tempo em que cuidamos de nossas vidas particulares de forma a chegar lá na frente, sabe-se lá quando, e dizer que tudo valeu a pena.
Alexandre Henry