
O novo lar desta coluna
Como não sou muito dado a despedidas, vou deixar a minha última coluna na semana que vem para falar de qualquer coisa que não seja um adeus. Por isso, adianto para hoje um assunto que não poderia passar em branco: o novo lar da coluna “Modo de Ver”, este espaço que tanto amo e que faz parte da minha rotina semanal desde janeiro de 1996.
Reformulei meu site “Dedo de Prosa” para abrigar os mais de 1.100 textos que já publiquei no Correio de Uberlândia, com ferramenta de busca, mecanismo de avaliação das colunas e outras coisas bacanas. Ainda não consegui colocar lá todos os textos publicados, é claro, pois dá um trabalhão reler tudo e classificar por assuntos. Aos poucos, porém, vou conseguir vencer essa tarefa. O trabalho fica um tanto mais difícil e demorado pelo fato de eu desejar colocar no site também dicas de viagens para os lugares que gostei de visitar, além de outros textos que já escrevi, literários ou não. Já ia me esquecendo: o espaço abrigará também algumas fotos bacanas que tenho tirado, em um passatempo que a cada vez me conquista mais. Em síntese, o site é um espaço para a divulgação do que gosto de produzir em matéria de texto e imagem. Eu até pensei em usar o Facebook para isso, pois seria bem mais prático e barato. Só que as redes sociais têm as regras e formatos delas e, mais do que isso, não quero meu conteúdo alimentando robôs de propaganda sem que o Facebook nem saiba que existo.
Sobre esses 21 anos por aqui, é difícil dizer alguma coisa. Sabe quando você tem a exata noção de que um determinado evento trará grande impacto na sua vida, mas também sabe que somente depois dele acontecer é que realmente a ficha vai cair? Acho que é bem isso. Não é nada fácil se despedir de algo tão presente em sua vida. Provavelmente, vou continuar com a velha mania de ver, ler e ouvir as coisas já pensando em como elas podem servir de tema para uma coluna. Fiz isso durante mais da metade da minha vida e rotinas tão arraigadas não vão embora tão facilmente.
Quanto ao futuro, espero ter ânimo para continuar escrevendo semanalmente sobre os mais variados assuntos, os quais publicarei lá mesmo, se tudo der certo. Antes que eu me esqueça, o endereço do site é www.dedodeprosa.com (sem o .br mesmo). Quando tiver oportunidade, acesse e navegue pelas colunas. O site é pessoal, não tem propaganda alguma e não vende nada. Funciona como uma galeria pessoal do que produzo em termos de textos e imagens, produções que eu poderia simplesmente deixar guardadas, mas que tanto tempo de Correio me impulsionam a divulgá-las, ainda que muita coisa talvez não interesse a mais ninguém. Enfim, é isso. Espero a sua visita no “Dedo de Prosa”!
Alexandre Henry
27 de Dezembro de 2016 às 15:46
Prezado Alexandre, meu xará... é com pesar que leio novamente umas das suas últimas colunas aqui no correio. Pesar não pelo fato de que não teremos mais, os seus leitores, os seus bons textos e refelexões, mas sim um pesar em saber que o Correio de Uberlândia não mais existirá. Há muito tempo eu já não moro em Uberlândia, mas, desde o final de 1997 que conheci o jornal e também a sua coluna, a qual, li todos os seus textos durante todo este tempo. Passei por várias cidades em MG, Goiás, e também nos EUA e Londres, mas mesmo de longe o acompanhava, e sempre admirei seu trabalho de escritor e também como profissional do setor público, e com o perdão do trocadilho, do seu MODO DE VER as coisas cotidianas e a expor em bons textos. É claro que o mundo está mudando e o setor da comunicação passa por drásticas transformações, mas, sinceramente não compreendo ainda, mesmo com tamanha importância do formato virtual, como que uma cidade do porte de Uberlândia poderá levar a vida normalmente sem seu maior veículo de comunicação. Os esportes, os cotidianos policialescos, a cultura, a vida “social”, os mexericos das candinhas dos bairros, os colunistas de raiz que só a quem ama esta terra compreende as letras, enfim... não compreendo que apenas o conglomerado cibernético dominante consiga suprir essa lacuna. Um dia, apesar da vida insistir em sempre adiar por reveses a minha volta a Uberlândia, eu hei de aí residir novamente, mas, ainda não consigo assimilar como vai ser os passeios nas praças do centro sem ver a capa do correio nas bancas de revistas. É nostálgico? Pode até ser, mas é o que me traz lembranças boas de um tempo que aí morei. De toda forma, gostaria de agradecer a todo o Correio de Uberlândia, em especial na sua pessoa, de que fora com certeza a que mais me prendeu nas leituras do jornal, pelo tempo dedicado e sempre primando por bons textos, reflexivos e atuais. Acompanharei por certo pelo dede de prosa, a continuação – se o seu tempo o permitir – dos textos, e claro, pelo facebook ou outros veículos. Um grande abraço e que o futuro quem sabe possa permitir o retorno, mesmo que em finais de semana, desse jornal que é patrimônio histórico do município de Uberlândia. Creio que de uma forma ou de outra ainda voltará, mesmo que por nova direção, a vir a ser impresso esporadicamente, o jornal... um dia.