Modo de Ver

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A coluna "Modo de Ver" foi publicada semanalmente no jornal Correio de Uberlândia de janeiro de 1996 a dezembro de 2016. A partir de 2017, os textos passaram a ser publicados no Diário do Comércio de Uberlândia.


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3 de Junho de 2015 Alexandre Henry

Envolva-se, mergulhe de cabeça

No Brasil, é absolutamente comum algo que aconteceu comigo mesmo: iniciar uma graduação, às vezes nem terminá-la e trabalhar em uma área completamente diferente. No meu caso, eu até concluí a graduação em Publicidade & Propaganda na USP, mas a minha atuação em algo próximo do que eu estudava durou apenas até o segundo ano de faculdade. Depois, nunca mais. Fiz então Direito e a situação parecia se repetir, mas aconteceu o contrário: só fui me envolver de verdade com o curso a partir do terceiro ano. Aí, as coisas deram certo.

Envolver-se, mergulhar de cabeça, entrar em um universo particular: tudo isso é essencial para inúmeros pontos da vida, mas na área profissional, a necessidade é ainda maior. É verdade que muita gente começa uma faculdade e acaba indo para outra área por falta de oportunidade e de mercado. Mas, em uma grande parte dos casos, a ida para outras atividades se dá por falta de interesse na área do curso. E a falta de interesse, por sua vez, se dá quase sempre por ausência de envolvimento. É um ciclo virtuoso ou vicioso, dependendo de como você se comporta. Peguemos o meu caso. Formado em Publicidade, como eu disse, iniciei o Direito, mas os dois primeiros anos foram de certa distância do curso, já que eu estava investindo em outro projeto pessoal (que não deu certo, diga-se de passagem). No início do terceiro ano de faculdade, eu me inscrevi em uma pós-graduação em Direito Tributário, pois já tinha um diploma do ensino superior, ainda que de outro curso, e também algum conhecimento na área. Ali, comecei a tomar contato com os mais variados profissionais da esfera jurídica. Fiz amizades, participei intensamente dos debates na sala de aula, passei a ir a congressos e até publiquei dois artigos jurídicos. Como não podia estagiar formalmente, por falta de tempo, auxiliei informalmente uma amiga advogada em duas causas, nas quais me envolvi bastante. Assim, em pouco tempo, eu peguei gosto pela área jurídica, aprendi muito e me senti parte daquele universo. Nunca mais deixei as leis de lado.

É assim que funciona. Enquanto você não se envolver, você não vai se apaixonar pelo seu curso ou pela sua profissão. É só se envolvendo que você se desenvolve e conquista mais espaço, o que vai te levar, por consequência, a se sentir ainda mais apaixonado pela sua profissão, gerando o tal ciclo virtuoso de que falei. Agora, se você restringir seu contato com a área apenas à sala de aula, provavelmente você não vai ver despertar o interesse e a paixão pela profissão, tornando-se apenas mais uma pessoa com um diploma na parede (ou nem isso) que não serve para nada. Envolva-se, mergulhe de cabeça, faça valer seu tempo. Esse é o caminho.

Alexandre Henry

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