
A violência, sempre
Há poucos dias, a babá da minha filha foi assaltada e teve que entregar o dinheiro que tinha e o seu aparelho celular. Histórias como a dela são muito comuns: pessoas que estão caminhando pela cidade, muitas vezes vindo da escola ou no trabalho, e são assaltadas. Lembro-me também de uma senhora que fazia faxina na minha casa. Ela estava montando sua nova residência com muito custo. Entraram lá e levaram todos os móveis e eletrodomésticos que ela tinha comprado com o seu suado dinheiro das faxinas.
Eu não sou a favor da pena como instrumento de vingança, mas também não tenho nenhuma simpatia por teorias sociológicas que tentam ver o crime só pelo lado do criminoso, colocando-o sempre como uma vítima da sociedade, como se isso legitimasse os seus atos. O que pensamentos assim não levam em conta é justamente o fato de a maior parte das vítimas ser formada por pessoas de baixa renda, que perdem o pouco que tem. A maioria dos bandidos não rouba de quem realmente tem dinheiro, mas daqueles que custam a sobreviver. É inegável que os pobres são as maiores vítimas da violência. Também rejeito a ideia de que o bandido foi gerado a partir de problemas sociais, até porque essa visão é injusta com a grande maioria da população que sofre com os problemas sociais, inclusive com a desigualdade, e nem por isso comete crimes. É a hora de nós fazermos uma reflexão mais séria e honesta sobre a criminalidade no Brasil. É preciso olhar, sim, a questão social e seu impacto na violência. Mas, do mesmo modo, é preciso entender que o crime, na maioria das vezes, é uma escolha pessoal e não uma imposição da sociedade. E, como escolha pessoal, deve gerar consequências para o indivíduo que o prática. Existem bandidos que realmente são coitados, mas eu acredito que eles sejam minoria. Coitada é a babá que tem o seu celular roubado. Coitada é a faxineira que gastou três anos de suor e perdeu tudo porque roubaram cada objeto que ela havia comprado.
Eu não estou afirmando que devemos tratar todos os bandidos por meio de cadeia ou pena de morte. Não sou radical para a esquerda e nem para a direita. Cadeia não resolve muita coisa e, se houver outra alternativa que seja mais eficiente e mais econômica para a própria sociedade, melhor. Mas, como eu sempre digo, deixar o bandido solto também não resolve nada. A solução? Eu não tenho. O que eu tenho é a certeza de que nós precisamos planejar formas de combate à violência que não sejam deturpadas nem pelos pensamentos da esquerda, quase sempre protetores excessivamente dos criminosos, nem pelos pensamentos da direita, quase sempre irracionais, ineficientes e voltados tão somente para a vingança. A virtude está no meio termo, é o que eu sempre defendo.
Alexandre Henry