Esta é a primeira coluna “Modo de Ver” que eu escrevo após a última publicação no Correio de Uberlândia. Vai ser um desafio continuar tendo ânimo para escrever com constância. Mas, o bom é que aqui o espaço é ainda mais livre que no jornal e poderei tratar dos mais diversos assuntos.
Bom, mas eu não poderia falar de outra coisa na primeira coluna pós-Correio que não fosse o novo ano que se avizinha. Que 2016 foi um horror, ninguém pode negar. Até que no plano pessoal eu não tenho muito o que reclamar. Mas, se estar bem é o mais importante, isso não significa que a felicidade é completa quando o seu redor está ruim. E como 2016 fez do nosso redor um mundo bem mais complicado…
Eu tenho birra de anos bissextos. Nunca escondi isso. Quando olho para trás, não sei se é cisma minha ou não, mas sempre vejo acontecimentos difíceis em anos de Olimpíadas, ou anos bissextos. Desta vez, nem fiquei propagando muito minha cisma para não atrair coisa ruim. Até que deu certo no plano pessoal, como dito, mas o resto foi difícil.
A solução então é esperar que 2017 seja um ano melhor. E, como de costume, faço as minhas previsões.
Começo chutando alto: Michel Temer não termina 2017 na Presidência. Serão tantas notícias ruins dessa delação da Odebrecht que a governabilidade vai ficar insustentável, a economia vai continuar patinando, até que o TSE julgará a campanha da chapa Dilma-Temer e teremos eleições indiretas. O maior candidato a vencer essas eleições será o ex-ministro Nelson Jobim. Pode ser que nada disso aconteça, mas dependerá da economia dar uma improvável forte reagida e da Lava-Jato não conseguir reunir provas contra o presidente.
Falando em política, vai ser um ano muito difícil justamente por conta das delações. Não me arrisco a mais nada além do chutão que já dei. Claro, vai ter a aprovação da reforma da Previdência, com regras um pouco mais suaves. Mas, vai ser aprovada, sim. Para o bem (das contas públicas) ou para o mal (meu e da maioria dos trabalhadores), o troço vai passar.
Quanto ao futebol, se é que isso interessa a alguém, o campeão brasileiro será o Flamengo, com alguma chance para o Santos. Em que baseio esse meu palpite? Nos dois primeiros nomes que apareceram na minha cabeça. Só nisso. Mas, vai que acerto, né?
Na cultura, não vejo grandes mudanças. Há anos não temos muita coisa interessante em praticamente lugar algum. No sertanejo, até que aparecem alguns nomes, mas só isso.
O dólar fecha o ano que vem a R$ 3,73 e a inflação vai ser de 6,32%. O desemprego sobe até setembro e cai lentamente a partir de outubro. A SELIC deve fechar o ano em 12,5%. Talvez menos um pouquinho.
No plano internacional, Trump fará e, principalmente, falará tanta bobagem que, no final do ano, começarão os primeiros rumores para seu impeachment. Claro, isso não deve acontecer por conta de algum atentado provocado pelo Estado Islâmico, que não vai perder a oportunidade de provocar Trump e elevar a temperatura, como é de interesse de ambas as partes.
Bom, chega de bola de cristal. No final do ano que vem, a gente vê o que virou nosso país e o resto do mundo.
Já ia me esquecendo: o Verdão, meu glorioso Uberlândia Esporte Clube, terminará o Campeonato Mineiro em 4º lugar.
Alexandre Henry
Escritor e Juiz Federal