Antônio Pereira

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20 de Fevereiro de 2017 Antônio Pereira

Renato de Freitas

Renato nasceu em Uberlândia, no dia 21 de maio de 1927, filho de Elpídio Aristides de Freitas e Clarinda de Freitas. Fez seus cursos fundamentais em Uberlândia e o curso médio no Rio de Janeiro, no Colégio Andrews. Formou-se engenheiro civil em 1949 pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro e bacharelou-se em direito em 1965 pela Faculdade de Direito de Uberlândia que ficava na rua Duque de Caxias. Foi da primeira turma.

Em 1956 casou-se com Suzi Rezende de Freitas, filha de Osvaldo Rezende e Diva Guimarães Rezende. Embora com dois cursos superiores, a atividade em que se projetou socialmente foi a política. Com apenas 23 anos de idade foi eleito vereador à Câmara Municipal de Uberlândia para o período de 1951/55 sendo reeleito para a gestão seguinte, de 1956/60. Candidatou-se a Prefeito Municipal, mas foi derrotado por Raul Pereira de Rezende que, por fatalidade, teve que lhe passar a direção do município para a gestão seguinte, quando ele venceu o udenista Francisco Paula Santos, Chico do Rivalino. Virgílio Galassi era o candidato a vice na chapa do Chico. Eleito em 1966, assumiu em 67, com seu vice, Arnaldo Godoy de Souza, e foi beneficiado com a mudança do sistema tributário nacional que concedeu aos municípios uma fatia do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias que o Estado arrecadasse em seu território.

Renato fez uma administração revolucionária que o transformou num dos melhores prefeitos que o município já teve. De início, modificou o sistema administrativo, criando as Secretarias Municipais. Só admitiu novos funcionários por concurso, contratou cursos com entidades especializadas para as chefias e para o funcionalismo em geral. As primeiras Secretarias foram: Ação Social, Administração, Fazenda, Obras e Patrimônio. Suas obras foram fundamentais e até hoje são úteis diretamente ou por desdobramentos. Foi o primeiro e único a entender que as vias públicas precisavam ser preparadas para o desenvolvimento do trânsito e mandou alargar as ruas Coronel Antonio Alves Pereira e Guaranys (hoje Pedro Bernardes). Foi em sua gestão que, por entendimentos com a Companhia Mogiana, ela transferiu-se para os altos da cidade desafogando as ruas centrais que morriam no seu pátio, onde está, hoje, a praça Sérgio Pacheco. Em troca, Renato prometeu dar o nome de São Paulo à nova praça que seria projetada pelo talentoso paisagista internacional Burle Marx, o que, numa manobra política, seus adversários trocaram para Sérgio Pacheco, filho do ministro Rondon Pacheco, falecido tragicamente. Além de trocar o nome da praça, o que poderia prejudicar a mudança da estação e dos trilhos, seus adversários conseguiram jogar o Prefeito contra o maior nome da política local. Renato construiu o Terminal Rodoviário que recebeu o nome de Castelo Branco. Uma obra monumental e objetiva. No seu tamanho original, ela vai servir ao município por várias décadas e quando não mais for suficiente, a área-reserva em sua volta é tão grande que dará para quadruplica-la. Mas não foi apenas um espaço confortável, protetor, amplo, ventilado que o prefeito ofereceu aos seus munícipes, foi também uma profunda mudança no conceito de “rodoviária” que existia na região. Antes dele, rodoviária era um lugar porco, desconfortável, inseguro, indigno de uma família séria aguardar condução. Pois isso mudou em todo o Triângulo. Renato fez a captação de água da Sucupira, um objetivo que já vinha do seu antecessor, Raul Pereira de Rezende, porém, Renato dispensou seu projeto e o financiamento do DNOS e fez tudo como queria José Pereira Espíndola e forneceu à cidade água em abundância e tratada com recursos próprios. Renato criou um sistema de saúde simples, mas que atendia a necessidade da época. Montou cinco ambulatórios nos bairros periféricos, Patrimônio, Roosevelt, Saraiva, Oswaldo e Bom Jesus, alguns com dois horários de duas horas de atendimento. As consultas não eram gratuitas. Custavam, no mínimo, 50 centavos, mas valorizava o atendimento. Se possível, eram fornecidos os medicamentos. Renato modificou o sistema de ensino.

Recolheu aos serviços administrativos todas as professoras das quarenta e cinco escolas rurais e urbanas e admitiu novas por concurso exigindo que fossem formadas. Depois, fechou as velhas escolinhas de uma sala só para todas as séries (sistema que vinha do século XIX) e construiu escolas aglutinadoras de vastas áreas. Colocou condução gratuita para os alunos e professoras. Renato instituiu, em convênio com o Estado, os cursos noturnos anexos ao Colégio Estadual, gratuitos e de nível semelhante ao diurno para os alunos que trabalhavam de dia. Esses cursos funcionavam nos bairros. Renato colocou iluminação a frio em toda a cidade. Renato trocou os leitos das avenidas João Pessoa e João Pinheiro para que suportassem o asfaltamento e o crescimento do trânsito. Terminou o asfaltamento da avenida Floriano Peixoto, até o trevo. Renato instituiu o concurso público para preenchimento de vagas. Ninguém foi admitido no seu governo sem concurso. Renato adquiriu o prédio do Banco do Brasil, na esquina da praça Clarimundo Carneiro com rua Bernardo Guimarães, criou a Fundação Uberlandense de Ensino Médio, FUEM, para a distribuição de Bolsas de Estudos para os alunos pobres, ampliou o Biblioteca, acrescentando só no primeiro ano, mais de mil volumes, fez campanha de vacinação contra varíola e outras, na zona rural e nas escolas municipais urbanas. Foi feito o primeiro cadastramento torácico dos escolares.

Renato construiu, com verba da Prefeitura, várias obras para o Estado, entre elas o Instituto de Educação na praça Tubal Vilela, o Grupo Escolar Joaquim Saraiva, a Delegacia e Cadeia Pública no Bairro Umuarama. Conseguiu que empresas particulares, ou pessoas físicas, construíssem grupos escolares para o Estado, como a Escola Tita (hoje Ederlino Lannes Bernardes), o GE Messias Pedreiro, o GE Joana Rosa Naves e possivelmente outros. Renato foi, ainda, presidente do Uberlândia Esporte Clube, ocasião em que construiu o grande estádio Juca Ribeiro, hoje desativado. Renato foi, também, presidente do Uberlândia Clube, Deputado Estadual e presidente da Caixa Econômica do Estado de Minas Gerais. Faleceu de câncer no intestino, em 1998.

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